Medicina preditiva: como e por que implementar na saúde?
DRG Brasil
Postado em 20 de abril de 2021 - Atualizado em 28 de setembro de 2023
Ao longo de um tratamento de saúde, uma única escolha é capaz de mudar o destino do paciente. Dessa forma, é fundamental que ela seja baseada em ciência, confiança, em realidade e agilidade. É a precisão na decisão e o tempo certo que garantem desfechos clínicos mais favoráveis.
Diante disso, a medicina preditiva tem se destacado. Ao contar com evoluções tecnológicas, se apoiando em informações personalizadas, é possível entregar soluções confiáveis, chegando, em alguns casos, a estimular intervenções antecipadas, de modo a evitar problemas sérios no futuro. Um caso que ficou conhecido foi o da atriz Angelina Jolie: ao descobrir 85% de probabilidade de um câncer de mama, decidiu pela mastectomia.
Com a predição e a atuação precoce, as vantagens são diversas e todos saem ganhando — paciente, familiares, hospital, governo e operadoras de planos de saúde. A seguir, explicamos o impacto da medicina preditiva na saúde e como ela contribui para mais saúde baseada em valor!
Quais as diferenças entre medicina curativa, preventiva e preditiva?
Medicina curativa, preventiva e preditiva: todas são importantes e necessárias. No entanto, cada uma age de forma diferente.
Medicina curativa
A medicina mais tradicional de todas tem como foco o alívio de sintomas e o tratamento de uma doença. Entra em ação somente depois que a condição já se instalou e está prejudicando o bem-estar do indivíduo. Tem como base as queixas do paciente, além das observações clínicas.
Dependendo do estágio da patologia, o prognóstico é pouco favorável e há necessidade de intervenções mais invasivas. O tratamento tende a ser mais dispendioso e levar a procedimentos desnecessários.
Medicina preventiva
As pesquisas da ciência e o conhecimento mais profundo da medicina curativa permitiram uma mudança na atuação. Os estudos dos vírus, por exemplo, levaram ao desenvolvimento de vacinas. A modernização de equipamentos possibilitou a realização de exames de checkup. Descobriu-se que adotar hábitos saudáveis aumentava a expectativa de vida.
Aos poucos, a medicina preventiva ganhou relevância. Um paciente que apresentava níveis crescentes nos resultados de exames de glicemia, por exemplo, já podia ser orientado a mudar a dieta e adotar exercícios físicos como forma de prevenir o desenvolvimento de Diabetes.
A medicina preventiva faz parte da metodologia "4P' (preventiva, preditiva, personalizada e participativa), uma abordagem que constrói um cuidado centrado no paciente e integrado por uma comunicação compartilhada, que muda radicalmente a maneira como gerenciamos a assistência e praticamos a medicina.
Medicina preditiva
Mais atual ainda e com mais tecnologias modernas, a medicina preditiva é o foco da vez. Ela não desconsidera seus precedentes. Pelo contrário, atua junto deles. Afinal, depois de fazer a predição, a medicina preventiva precisa entrar em ação, e esta só existe devido à medicina curativa.
A medicina preditiva combina variáveis — como histórico do paciente, genética, condições biológicas, hábitos e estilo de vida — e calcula, por exemplo, a probabilidade de o paciente desenvolver determinadas doenças e o risco de ele sofrer alguma complicação no cuidado hospitalar.
Faz mensurações, cálculos matemáticos e utiliza dados, antecipando diagnósticos e informações. Assim, permite criar indicadores de saúde personalizados, que facilitam as decisões no momento certo, com intervenções antecipadas. Toda essa inteligência de dados e algoritmos entrega um tratamento ainda mais centrado no paciente.
A medicina preditiva, no entanto, também traz discussões éticas. Por exemplo: na descoberta de o paciente ter grandes chances de desenvolver uma doença incurável, cabe ao médico avisar, ainda, que não exista nada para evitar o surgimento? A reflexão se faz necessária.
Como a medicina preditiva pode mudar o futuro da área da saúde?
A predição é uma das principais tendências na Medicina moderna. Inclusive, faz parte do conceito de gestão de riscos 4Ps, que envolve prevenção (evita desfechos desfavoráveis), personalização (usa dados dos próprios pacientes) e participação (estimula a atuação da família e de uma equipe multidisciplinar).
Com uma atuação focada na predição, espera-se:
aumento da medicina de precisão: ela individualiza o paciente, levando em conta características pessoais. Diagnósticos e tratamentos são mais personalizados e antecipados;
mais qualidade na atuação médica: já que melhora a segurança do paciente e diminui as chances de eventos adversos;
anulação na instalação de doenças: a partir de mais proatividade e diagnósticos precoces;
melhoria da saúde pública: ao evitar tratamentos invasivos e diminuir a quantidade de cirurgias, há otimização no uso dos recursos e dos repasses;
melhor experiência do paciente: o tratamento é baseado em estudos da ciência, que utiliza dados universais, mas é a predição que permite ações mais centradas no paciente;
redução nos custos de saúde e na sinistralidade: já que é mais simples e econômico optar por intervenções preventivas do que realizar tratamentos prolongados;
crescimento da ciência: ela pode contar com dados mais ricos, ganhando mais base para realizar pesquisas e fazer outras descobertas;
entrega de mais qualidade de vida à população: por exemplo, um dispositivo inteligente pode acompanhar a pessoa em tempo real, analisando características psicológicas, orgânicas e estilo de vida. A partir disso, calcula a probabilidade no desenvolvimento de um transtorno e, então, ajuda o paciente a se prevenir.
Como implementar a medicina preditiva usando a plataforma de valor em saúde DRG Brasil?
A medicina preditiva utiliza a inteligência artificial para coletar dados, transformá-los em informações, analisar características e criticidades do paciente, predizer desfechos e sugerir ações antecipadas.
O DRG Brasil é uma plataforma de governança clínica que reúne funcionalidades de predição, previsão e personalização. Assim, facilita a atuação profissional, ajuda a aumentar a qualidade assistencial e entrega mais saúde baseada em valor.
Na prática, pode-se, por exemplo, analisar informações dos pacientes internados, detectar os pertencentes a grupos de riscos e calcular a probabilidade no surgimento de problemas sérios. Sabendo das informações, a equipe médica toma decisões para mudar o prognóstico, tornando o desfecho mais positivo.
O aplicativo DRG Brasil Inteligência Artificial trabalha a medicina preditiva porque emite alerta para presença do risco antes que o evento ocorra. A tecnologia faz a identificação de riscos individuais de desenvolvimento de eventos adversos (infecção relacionada à assistência, eventos adversos não-infecciosos, reinternações e óbito) com base no perfil da pessoa no momento em que é admitida no hospital. Essa predição pode, ainda, ser modificada à medida que se identificam novos riscos, em tempo real.
Outro exemplo de atuação da plataforma é na otimização de recursos, como leitos e ventiladores. A predição e a prevenção permitem cálculos matemáticos, a fim de evitar uma situação de colapso em cenários de pandemia. Neste podcast, você confere a explicação do Dr. Renato Couto sobre o assunto.
Em suma, a medicina preditiva contribui para a modernização e a humanização da saúde, a partir de ações centradas no paciente e alinhadas à realidade do negócio. O conhecimento proporcionado pela inteligência artificial é essencial para melhorar desfechos clínicos e a qualidade de vida das pessoas.
Direitos autorais: CC BY-NC-SA Permite o compartilhamento e a criação de obras derivadas. Proíbe a edição e o uso comercial. É obrigatória a citação do autor da obra original.
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