Conheça as 4 leis da transformação do sistema de saúde brasileiro
DRG Brasil
Postado em 13 de agosto de 2020 - Atualizado em 23 de outubro de 2023
“Sei que as coisas são complicadas. Mas ao mesmo tempo simples. Elas se complicam à medida que se tem medo da simplicidade – porque esta simplicidade deseja o fato em si, a verdade.”
Clarice Lispector
A situação atual em que vivemos, em
meio a uma pandemia e uma crise de saúde sem precedentes, demanda mais do que
nunca a maximização dos recursos disponíveis, melhorando a eficiência
hospitalar por meio de melhores práticas assistenciais que de fato entreguem
valor.
E isso só será possível se criarmos as
condições necessárias para simplificar e acelerar a mudança do modelo assistencial
e remuneratório em direção a formatos baseados em valor com foco na qualidade
do cuidado e no controle do desperdício.
Para termos conceitos importantes
sempre em mente, criamos as 4 Leis da
Transformação do Sistema de SaúdeBrasileiro. Anote aí!
Primeira lei da transformação:
Os recursos são finitos e as necessidades de saúde das pessoas são infinitas.
Segunda lei da transformação:
Os recursos para sustentabilidade estão no controle do desperdício pelo aumento da qualidade assistencial.
Terceira lei da transformação:
A restrição ao usuário de acesso e uso à medicina de qualidade não traz sustentabilidade. Esta lei só precisou ser enunciada porque muitas vezes o óbvio não é visto.
Quarta lei da transformação:
A transformação do modelo assistencial só ocorre com a transformação do modelo remuneratório e a recíproca é verdadeira.
Mas por que é necessário transformar o modelo remuneratório e assistencial da saúde brasileira?
Para garantir qualidade assistencial e sustentabilidade ao
sistema de saúde com a entrega de valor. No modelo remuneratório brasileiro quanto
pior a qualidade assistencial de um prestador maior serão suas receitas. Paradoxal,
mas verdadeiro.
Este velho e conhecido modelo
remuneratório brasileiro se chama “fee-for-service”.
Remunera o procedimento e o consumo de recursos do prestador de serviços
independente do benefício assistencial gerado. O prestador que desperdiça
recursos (diárias, materiais hospitalares, medicamentos, exames etc.) tem maior
receita do que o prestador que gerencia a assistência controlando desperdícios.
Os prestadores de serviços
assistenciais inseguros, com menor qualidade, que apresentam maior incidência
de complicações assistenciais têm um consumo aumentado de recursos para tratar
estas ocorrências e consequentemente aumentam suas receitas. Organizações com
os piores índices de recuperação da saúde terão aumento das receitas pelo
retrabalho. Hospitais com alto desempenho assistencial, caracterizados pela
baixa mortalidade, são aqueles que também têm as menores receitas. Este modelo
remuneratório penaliza economicamente organizações de elevada qualidade e por conseguinte
menor custo assistencial.
É preciso transformar o jeito de remunerar,
pagando melhor para aqueles prestadores e médicos que entregam melhores
resultados assistenciais.
O que deve
ser remunerado no sistema de saúde?
Devemos recompensar com remuneração as organizações queentregam aquilo que os usuários do sistema de saúde necessitam e querem. Os usuários necessitam e querem a manutenção e, se necessário, recuperação de sua saúde atendendo aos requisitos de excelência (valor em saúde para o paciente) a saber:
Este
conjunto é reconhecido como o cuidado baseado em valor entregue ao paciente.
O que a remuneração
por valor em saúde traz de ganhos?
O
uso de sistemas de remuneração baseada na entrega valor, como bundles,
pagamento por valor/performance e economia compartilhada promove os seguintes benefícios:
Transparência
nas relações prestador-operadora-pagante do benefício saúde;
Previsibilidade
de custos para quem presta e para quem compra serviços hospitalares;
Indução
de melhoria da segurança assistencial;
Indução
de melhoria dos resultados e da qualidade assistenciais (eficácia);
Indução de redução da
permanência além da necessária ao tratamento;
Centralidade do paciente:
este é o amálgama essencial
Incentivo para reduzir os
custos por internação;
Redução da sinistralidade da
fonte pagadora ao longo do tempo porque os hospitais respondem aos estímulos
econômicos;
Facilita a transparência entre
as partes da cadeia produtiva de saúde;
Permite comparações fidedignas
de desempenho de hospitais e médicos.
Como
a plataforma de valor em saúde DRG Brasil realiza a transformação?
Temos que iniciar com alguns
fundamentos essenciais sobre modelos remuneratórios e assistenciais:
Não existe modelo “completo”, que
resolva todas as necessidades do sistema de saúde. Os diferentes modelos
convivem e se complementam.
Não existe modelo “perfeito”. Modelo
remuneratório e assistencial é igual fármaco. Apresenta benefícios, mas tem
efeitos colaterais a serem controlados;
Um bom modelo remuneratório e
assistencial para hospitais e médicos deve ser:
-
Transparente;
-
Consensual;
-
Ter baixo custo de transação e operação para todas as partes;
-
Ser previsível.
Os modelos de remuneração hospitalar e
de seus médicos deve alinhar o interesse de hospitais, médicos e operadores do
sistema de saúde aos interesses soberanos do usuário. O modelo remuneratório
deve induzir as seguintes entregas do modelo assistencial:
Menor custo pelo controle adequado dos processos (eficiência)
Menor custo pela redução dos desperdícios assistenciais (4 alvos do DRG Brasil)
Centralidade do paciente (todas as decisões do sistema de saúde são em seu benefício)
Facilidade de acesso
Equidade (tratamento igualitário independentemente de cor, gênero, naturalidade etc.)
Experiência positiva do cliente
No Brasil, estudos da comunidade
acadêmica DRG Brasil detectaram 4 grandes expressões de desperdício pela
incapacidade, do sistema de saúde brasileiro, entregar valor ao cliente. Estes
desperdícios foram transformados em 4 alvos para melhoria assistencial do
sistema de saúde:
O modelo remuneratório deve recompensar o controle do
desperdício determinado pelas disfunções da qualidade assistencial mostradas
pelos 4 alvos do DRG Brasil. Assim é possível disponibilizar recursos para
aumentar os ganhos econômicos de médicos, hospitais e operadores (da saúde
suplementar e do SUS),
aumentar o acesso do cidadão aos serviços e realimentar um novo ciclo
virtuoso de investimentos em estrutura e processos para melhorar ainda
mais a qualidade.
Posts Relacionados
Unimed Uberlândia usa DRG Brasil para oferecer remuneração baseada em valor aos cooperados
Direitos autorais: CC BY-NC-SA Permite o compartilhamento e a criação de obras derivadas. Proíbe a edição e o uso comercial. É obrigatória a citação do autor da obra original.
Direitos autorais: CC BY-NC-SA Permite o compartilhamento e a criação de obras derivadas. Proíbe a edição e o uso comercial. É obrigatória a citação do autor da obra original.
Os Termos de Uso e a Política de Privacidade deste site foram atualizados em 05 de abril de 2021. Acesse:
Este site faz uso de cookies para personalizar sua experiência com nossos serviços e conteúdos, garantindo a privacidade dos seus dados. Acesse na íntegra os Termos de Uso e a Política de Privacidade dos sites do Grupo IAG Saúde, atualizados em 05 de abril de 2021.
Cookies Estritamente Necessários
Cookies estritamente necessários devem estar sempre ativados para que possamos salvar suas preferências para configurações de cookies.
Se você desabilitar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.
Cookie de terceiros
Este site usa o Google Tag Manager e Google Analytics para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter este cookie habilitado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative os Cookies estritamente necessários primeiro para que possamos salvar suas preferências!