Modelo Assistencial

Entenda a relação entre a cadeia de valor da saúde e a sustentabilidade do setor

DRG Brasil
Postado em 21 de outubro de 2021 - Atualizado em 13 de maio de 2024

Ao otimizar a cadeia de valor da saúde é possível alcançar maior sustentabilidade na operação. Para isso, é fundamental o alinhamento das organizações com a jornada da entrega de valor, com foco na melhoria na experiência do paciente, aumentando a qualidade assistencial e reduzindo o desperdício.

Neste artigo, vamos mostrar as principais iniciativas que devem ser adotadas por hospitais e operadoras de saúde para tornar a cadeia de valor da saúde mais sustentável. Continue a leitura para saber mais!

A cadeia de valor da saúde e a sustentabilidade do setor

Segundo Michael Porter, professor da Harvard Business School e autor do livro Redefining Health Care (2006), o valor em saúde se refere aos resultados obtidos frente aos custos para alcançá-los. Nesse sentido, o investimento exclusivo em novas tecnologias médicas para diagnósticos e tratamentos não asseguram a sustentabilidade do setor de saúde.

Para ser efetivo, o modelo de cadeia de valor da saúde deve voltar-se, também, para aspectos relacionados à qualidade de atendimento ao paciente, contemplando os fluxos de inovação e conhecimento; produtos e serviços, financeiros e de tratamento da informação.

Ao adotar esse sistema, tanto os hospitais quanto as operadoras de saúde devem estabelecer, também, um compromisso para a realização de boas práticas de sustentabilidade junto ao seu ecossistema. Afinal, os resultados só serão obtidos com o comprometimento de todos os envolvidos na cadeia.

As iniciativas por parte dos hospitais

Para entregar um atendimento de valor aos seus pacientes, os hospitais precisam adotar um sistema de gerenciamento voltado à mudança de cultura, treinamentos, engajamento do corpo clínico e da equipe de apoio. Além disso, é fundamental estabelecer metas visando a melhoria contínua dos processos. Entenda melhor cada um desses aspectos!

Mudança de cultura

Para garantir os padrões de qualidade e segurança, é preciso haver uma mudança na cultura organizacional, tornando-a focada na jornada do paciente. Isso inclui melhoria na comunicação e no trabalho em equipe, além de uma reorganização estrutural alinhada a esses propósitos.

Treinamentos

Os treinamentos são iniciativas cruciais e devem envolver todo o corpo clínico, a fim de oferecer o suporte necessário para agregar valor à entrega dos serviços de saúde. Essas ações devem ser tratadas como educação continuada no desenvolvimento dos processos.

Engajamento das equipes do corpo clínico

O engajamento das equipes é fundamental para internalizar as mudanças culturais e fortalecer o sentimento de trabalho em conjunto, gerando maior empenho para alcance dos objetivos do hospital. Para isso, é importante colocar em prática a Governança Clínica e fazer reuniões regularmente, envolvendo as áreas de apoio para o aprimoramento da rotina de trabalho.

Metas de melhoria contínua

A entrega de valor aos pacientes não pode ser fundamentada em implantações de melhorias estagnadas. Ela deve ser tratada como um processo contínuo e dinâmico. Isso envolve o estabelecimento de indicadores de desempenho organizacional e metas com base em um aprendizado constante, com objetivo de aprimorar metodologias de gerenciamento e utilizar tecnologias de ponta, por exemplo.

estetoscópio sobre o notebook indicando a importância da tecnologia na cadeia de valor da saúde

As iniciativas por parte das operadoras de saúde

Já as operadoras de saúde precisam desenvolver ações visando a melhoria do resultado operacional, repensar o modelo remuneratório e atuar em conformidade com os requisitos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Isso tudo sem perder de vista os interesses do paciente, isto é, do beneficiário dos seus serviços.

Confira mais detalhes!

Melhoria de resultado operacional

A melhoria no resultado operacional envolve:

  • o acompanhamento de pacientes que excedem o tempo de permanência prevista;
  • a ampliação do modelo de atenção primária;
  • a adesão de um prontuário eletrônico com informe ao corpo clínico sobre permanência prevista do paciente;
  • automatização dos relatórios e monitoramento de pacientes com previsão de alta.

Modelo remuneratório

É altamente aconselhável a criação de um modelo alternativo ao Fee For Service na saúde, já que a remuneração baseada em quantidade de procedimentos já se mostrou pouco efetiva, além de nociva para os pacientes. Para as operadoras de planos de saúde, esse sistema gera uma conta que não fecha, pois os gastos se tornam cada vez mais altos, exigindo reajustes anuais elevados.

Nesse sentido, o modelo remuneratório baseado em valor, ou seja, que leva em consideração o desempenho (ou performance), se apresenta como uma alternativa interessante. Esse sistema é fundamentado em:

  • bonificação pelos resultados alcançados;
  • definição da metodologia e piloto de análise;
  • eficiência assistencial por indicadores.

É importante observar que a remuneração baseada em valor apresenta um desafio contínuo que diz respeito à necessidade de mudança cultural, já que envolve o compartilhamento de riscos e resultados.

Apesar dos obstáculos, lideranças diligentes e inovadoras estão fazendo a diferença. Operadoras e hospitais de diversas regiões do país, portes, tipos de atendimento, especialidade e níveis de complexidade já vêm aplicando com sucesso a remuneração baseada em valor e transformando a cadeia de valor da saúde brasileira.

Eficiência nos processos de regulação

Para a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a gestão em saúde se refere a uma das quatro dimensões requeridas para que uma operadora possa se submeter ao Programa de Acreditação das Operadoras. Isso envolve diversas práticas que devem ser observadas, como:

  • criação de políticas internas;
  • avaliação das necessidades da organização;
  • garantia da qualidade na prestação de serviços;
  • gerenciamento de equipes, processos, recursos e finanças.

Assim, quando a operadora atua em conformidade com os requisitos da Resolução Normativa da ANS RN 452, consegue elevar o seu patamar em gestão e governança, garantindo sustentabilidade na entrega de valor em saúde.

Transparência nas relações

A relação entre as operadoras de planos de saúde e hospitais deve ser fundamentada na transparência para evitar conflitos e processos judiciais. Além disso, a melhoria no relacionamento entre as partes ajuda na redução de desperdícios e aumenta os níveis de satisfação para todos os envolvidos. Isso pode ser conseguido adotando algumas ações, como:

  • evitar o excesso de procedimentos médicos;
  • investir em tecnologias;
  • manter o foco no paciente;
  • utilizar o princípio de valor em saúde.

O caso de sucesso da Usisaúde

A parceria do DRG Brasil com a Usisaúde, operadora filantrópica administrada pela Fundação São Francisco Xavier com mais de 165 mil vidas, é um excelente case no que diz respeito ao quesito sustentabilidade da cadeia de valor.

Isso foi possível porque os preceitos aplicados à plataforma Valor Saúde Brasil fundamentaram-se, essencialmente, no tripé melhoria da experiência do paciente, redução de desperdício e aumento da qualidade assistencial.

Com isso, a jornada de Valor em Saúde da Usisaúde, iniciada em 2015, mostrou inúmeros resultados efetivos, entre eles:

  • redução das internações e do tempo de permanência;
  • maior giro de leito;
  • mais eficiência;
  • melhoria da qualidade e satisfação do paciente;
  • remuneração maior nos atendimentos;
  • redução de desperdícios que geravam despesas desnecessárias.

Como vimos, a relação entre a cadeia de valor da saúde e a sustentabilidade do setor se estabelece por meio de iniciativas de hospitais e operadoras de saúde, voltadas à excelência no atendimento ao paciente, redução de desperdícios e melhoria da qualidade assistencial.

Caso queira aprofundar seus conhecimentos sobre a cadeia de valor, sugerimos o conteúdo que explica como engajar o corpo clínico na saúde baseada em valor!


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