Introdução
A governança clínica é um conceito que tem ganhado destaque globalmente, especialmente após a sua introdução no Sistema Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido nos anos 1990.
Originalmente, o termo foi inspirado pela governança corporativa, quando o conceito de governança clínica foi adotado como uma estratégia para melhorar a qualidade do cuidado em saúde e assegurar altos padrões de cuidado, após uma série de eventos críticos que expuseram falhas significativas no sistema de saúde britânico.
O que é Governança Clínica?
Governança clínica é um processo pelo qual as organizações de saúde assumem a responsabilidade pela melhoria contínua da qualidade assistencial dos seus serviços e pela manutenção de altos padrões em saúde.
Logo, a ideia é criar um ambiente que estimule a excelência clínica, promovendo práticas seguras e eficazes, centradas na segurança do paciente.
Isso significa, em outras palavras, que esse conceito se baseia em pilares como a responsabilidade compartilhada, a transparência, a prestação de contas e a melhoria contínua da qualidade do cuidado em saúde.
Origem e Desenvolvimento da Governança Clínica
Em sua origem, a necessidade de governança clínica surgiu de forma clara após uma série de falhas em cirurgias cardíacas pediátricas em um hospital de Bristol, no Reino Unido, entre os anos 1980 e 1990, que resultaram na morte de várias crianças e em sérias sequelas para outras.
O incidente, conhecido como o escândalo de Bristol, revelou não apenas a ausência de sistemas para monitorar a qualidade do cuidado em saúde, mas também a falta de consenso sobre o que constituía cuidados de alta qualidade.
Portanto, a resposta do governo britânico foi estabelecer a governança clínica como um mecanismo para prevenir tais falhas, promovendo uma cultura de transparência e responsabilização no sistema de saúde.
Componentes-Chave da Governança Clínica
Para que a governança clínica funcione de maneira eficaz, é essencial a presença de componentes-chave que incluem a gestão de riscos em saúde, a melhoria contínua em saúde, da qualidade assistencial, a responsabilização, a comunicação eficaz e o envolvimento ativo de todos os profissionais de saúde.
Esses elementos garantem que todos, desde os médicos na linha de frente até os gestores da alta administração, estejam comprometidos com a entrega de cuidados de saúde seguros e de alta qualidade.
Veja quais são os componentes-chave da governança clínica:
- Responsabilidade Compartilhada: Refere-se à necessidade de todos os profissionais de saúde compartilharem a responsabilidade pela qualidade do atendimento, promovendo um ambiente de trabalho que permita a criatividade e a liberdade para expressar opiniões e melhorar os processos.
- Transparência e Prestação de Contas: A transparência é elemento essencial para garantir que os resultados dos cuidados sejam comunicados de forma clara e que todos os envolvidos sejam responsáveis pelas suas ações, facilitando um ambiente de melhoria contínua em saúde.
- Melhoria Contínua da Qualidade: A adoção de auditorias clínicas e monitoramento constante é vital para identificar oportunidades de melhoria e implementar mudanças que elevem o padrão dos serviços de saúde.
- Gestão de Riscos: Envolve a implementação de práticas seguras e a prevenção de eventos adversos, garantindo que a segurança do paciente seja uma prioridade constante.
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A Importância da Governança Clínica para a Saúde Global
A implementação de estratégias para uma qualidade assistencial eficaz é fundamental para responder aos desafios complexos e em constante evolução dos sistemas de saúde modernos.
Em um cenário global, onde os sistemas de saúde enfrentam crises como pandemias, envelhecimento populacional e aumento dos custos, a governança clínica oferece uma estrutura para melhorar a qualidade do atendimento e garantir a sustentabilidade dos recursos.
Portanto, ao promover uma cultura de responsabilidade, transparência e melhoria contínua, o impacto da governança clínica na segurança em saúde não apenas melhora a qualidade dos cuidados prestados, mas também aumenta a confiança da população nos sistemas de saúde.
Desta maneira, assegura-se que os pacientes recebam o melhor cuidado possível de maneira segura e eficiente.
Conclusão
A governança clínica representa um avanço significativo na forma como os cuidados de saúde são geridos e entregues.
Ou seja, ao estabelecer padrões claros e mecanismos robustos para a melhoria da qualidade do cuidado em saúde, ela garante que os sistemas de saúde possam responder de maneira mais eficaz às necessidades da população, assegurando a entrega de cuidados seguros, eficazes e centrados no paciente.
Em última análise, essa gestão é essencial para construir sistemas de saúde mais resilientes e capazes de enfrentar os desafios do futuro.Ficou interessado em como transformar os resultados da sua instituição e melhorar a governança clínica? Saiba mais no nosso primeiro artigo sobre a eficiência e qualidade no sistema de saúde brasileiro.
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