Modelo Assistencial

Coordenação do cuidado como prática para a saúde baseada em valor

DRG Brasil
Postado em 10 de fevereiro de 2022 - Atualizado em 23 de outubro de 2023

A coordenação do cuidado está associada à utilização de fluxos assistenciais seguros, focados no usuário, a fim de atender suas necessidades de saúde. Ela compreende toda a jornada do paciente, contemplando as interações que o usuário realiza com a rede de saúde.

Neste artigo, vamos apresentar o conceito de coordenação de cuidado como prática essencial para a saúde baseada em valor, discorrendo sobre os seus pilares. Também apresentaremos o case da Unimed Blumenau, com o desdobramento do projeto Alta Segura. Continue a leitura!

A coordenação do cuidado

A fragmentação do cuidado se apresenta como um dos principais problemas na assistência à saúde, impactando a qualidade do atendimento e gerando custos que poderiam ser evitados.

Exemplo disso é quando o paciente precisa relatar seu histórico diversas vezes ao procurar diferentes profissionais de saúde da rede prestadora, ou quando acaba tendo que realizar exames repetidos. Ou ainda, quando não fica claro para onde ele deve se dirigir: atenção primária, ambulatorial ou hospitalar.

O objetivo da coordenação do cuidado é reduzir ao máximo essa pulverização e proporcionar uma assistência que atinja os principais requisitos da entrega de valor em saúde:

  • segurança assistencial;
  • acesso no tempo adequado;
  • efetividade dos tratamentos;
  • eficiência no uso de recursos;
  • equidade;
  • empoderamento do paciente.

Para tanto, três pilares devem fundamentar o processo:

  • fluxograma assistencial — focado em atender às necessidades em saúde;
  • instrumento de trabalho — focado em protocolos assistenciais;
  • centralização na integralidade — para garantir a continuidade do cuidado.

O case Unimed Blumenau

Com foco na otimização da coordenação do cuidado, a Unimed Blumenau implementou o projeto Alta Segura na instituição. Os objetivos eram:

  • abreviar a permanência do paciente em ambiente hospitalar;
  • aumentar a disponibilidade de leitos com a otimização da jornada pré-hospitalar, intra-hospitalar e monitoramento pós-alta;
  • empoderar as equipes assistenciais com a aplicação das normas de segurança cirúrgica e anestésica;
  • estabelecer a governança clínica da linha de cuidado anestésico-cirúrgica;
  • gerar entrega de valor ao paciente (assistência de qualidade) com jornada cirúrgica coordenada;
  • otimizar a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada.

Estruturação do projeto

Em um primeiro momento, a instituição:

  • mapeou o perfil epidemiológico dos beneficiários;
  • analisou os dados obtidos durante a jornada dos pacientes, a fim de identificar os pontos de melhoria em sua atuação;
  • definiu o escopo de trabalho com base em protocolos, interações com as partes interessadas e definição do público-alvo;
  • avaliou os impactos positivos e negativos do projeto.

A partir dessas definições, as ações colocadas em prática foram monitoradas por meio de indicadores relacionados a:

  • quantidade de pacientes elegíveis à linha de cuidado Alta Segura;
  • tempo médio de internação;
  • quantidade de pacientes sem contato pré e pós-hospitalar;
  • quantidade de pacientes com internação até 30 dias e/ou atendido no pronto atendimento;
  • experiência do paciente.
Médica atende criança sorridente brincando com estetoscópio representando a coordenação do cuidado

Da teoria à prática

O projeto Alta Segura desenvolveu ações em três diferentes fases:

  • pré-hospitalar — com autorização em tempo adequado, consulta pré-anestésica padronizada, consulta pré-cirúrgica com preparo para a jornada do paciente e orientação pré-operatória;
  • intra-hospitalar — comunicação em tempo real da admissão do paciente, padronização da jornada do paciente no ambiente hospitalar, acompanhamento beira leito com score de Alta Segura, definição de metas terapêuticas e confirmação da consulta de retorno com MA;
  • pós-alta — monitoramento clínico, identificação precoce de sinais de alerta, contrarreferência em caso de sinais de alerta e reavaliação médica em tempo adequado.

A comunicação em cada etapa

A essência da coordenação se encontra na disponibilidade de informações e no estabelecimento de um plano de cuidados voltado às reais necessidades do beneficiário em uma rede de atenção articulada, comprometida com a assistência. O objetivo é manter os pacientes e familiares informados e otimizar a experiência ao longo de toda a jornada.

Para tanto, deve-se investir em um processo educativo orientado para engajar os pacientes no próprio cuidado e ajudá-los a desenvolver autoconhecimento, ou seja, habilidades e atitudes necessárias para assumir efetivamente a responsabilidade com as decisões em relação à sua saúde.

Com base nessa perspectiva, a Unimed Blumenau possibilitou informações adequadas e essenciais aos beneficiários em todas as etapas do projeto. Na pré-hospitalar, os pacientes contaram com o “Guia de orientações para o paciente cirúrgico”.

Já a fase intra-hospitalar teve como base:

  • avaliação da complexidade assistencial;
  • estabilidade dos sinais vitais;
  • capacidade cognitiva e compreensão do autocuidado;
  • avaliação de acesso à residência;
  • acesso a meios de comunicação;
  • orientações e compreensão dos cuidados pós-alta.

Na fase pós-alta, foi disponibilizado um canal de comunicação móvel por meio de aplicativo, permitindo uma interação com o paciente — o que agregou valor à continuidade do atendimento.

Apuração dos resultados de pesquisa de satisfação

Após implantar a coordenação do cuidado, foi a hora de monitorar os resultados.

A pesquisa de satisfação junto aos beneficiários atendidos apontou que 70% dos pacientes indicariam a Unimed Blumenau a um amigo ou familiar. Os retornos quanto à satisfação com o atendimento prestado incluíram:

  • profissionalismo e humanização no atendimento;
  • relacionamento pós-cirúrgico (monitoramento pós-alta);
  • instalações hospitalares (qualidade do colchão etc.);
  • melhor plano que o paciente já teve.

É importante observar que tais resultados só foram possíveis devido à implementação da metodologia DRG Brasil, bem como à adaptação, empenho, dedicação, paciência e resiliência da equipe, sempre com foco voltado para o beneficiário.

A contribuição da plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil para o sucesso do projeto

A Unimed Blumenau promoveu a capacitação de toda sua equipe para a realização da codificação de forma otimizada, garantindo maior eficiência do projeto. Com isso, a metodologia DRG Brasil, atrelada à aplicação de Inteligência Artificial, forneceu informações consistentes para a tomada de decisões.

A plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil mede e compara a entrega de valor de médicos e hospitais, considerando as características de saúde do paciente, bem como a sua criticidade e complexidade clínica. Para isso, utiliza os referenciais nacionais como parâmetro, com objetivos que se fundamentam em:

  • melhorar a experiência do paciente;
  • aumentar a qualidade assistencial;
  • reduzir o desperdício.

Como você pôde verificar ao longo deste artigo, a coordenação do cuidado é uma prática essencial para a saúde baseada em valor — e a plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil tem grande impacto nesse processo.

Para saber mais sobre o Valor Saúde Brasil e como a plataforma pode contribuir para impulsionar os resultados de sua instituição, entre em contato com os nossos especialistas!


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