Para o setor da saúde suplementar, existe um modelo remuneratório ideal para estimular a entrega de valor? Veja o que pensam os especialistas do Grupo IAG Saúde
A certeza de todos os que trabalham e estudam o assunto “modelo remuneratório” é que ele é o direcionador do comportamento das partes envolvidas.
Na saúde, o modelo predominante é o fee-for-service, que incentiva economicamente médicos, prestadores de serviço e indústria de insumos e equipamentos a um interesse comum que é aumentar o volume de procedimentos. O descontrole deste pagamento leva à realização de procedimentos fúteis e acarreta elevado custo assistencial, aumento dos preços para o consumidor e diminuição da carteira das operadoras.
Há consequências para médicos e hospitais, como excesso de trabalho para manter renda e dificuldade de alinhamento entre prestador e corpo clínico. O FFS traz consequências negativas para todos, sobretudo para o paciente, que não tem suas necessidades de saúde como o foco principal.
Para transformar este cenário, se faz necessária a mudança do sistema de remuneração. A pergunta é: para o setor da saúde suplementar, existe um modelo remuneratório ideal para estimular a entrega de valor?
É importante avaliar a capacidade que o modelo tem de estimular os prestadores a entregar valor ao paciente, gerando:
- Melhores resultados assistenciais
- Melhor experiência do cliente
- Menor custo pelo controle do desperdício e o aumento da eficiência
- Maior acesso dos pacientes para a solução dos problemas de saúde
Em uma live voltada para todo o Ecossistema de saúde, Renato Couto (presidente do Grupo IAG Saúde) e Silvana Reis (gerente executiva do Grupo IAG Saúde) falaram sobre o caminho da mudança do modelo remuneratório para estimular a saúde baseada em valor.
A apresentação demonstrou como atender, de maneira eficiente, aos itens do requisito 3.5 da Resolução Normativa nº 452 da ANS, incorporando casos de sucesso nesta implantação.
Atenção! O tema da remuneração baseada em valor será abordado de forma mais aprofundada na Jornada Valor em Saúde Brasil 2021 – um evento inovador, 100% online, gratuito e multimídia.
RN nº 452: ANS estimula operadoras da saúde suplementar a bonificarem pelo melhor resultado
O Grupo IAG Saúde, em busca da melhoria contínua que resulte na transformação do sistema de saúde brasileiro por meio da entrega de valor, apresenta a evolução da RN 277 da ANS ao se transformar em RN 452. Nesse sentido, Renato Couto e Silvana Reis esclarecem os principais ganhos para o sistema de saúde brasileiro com a mudança do modelo remuneratório estimulada pela ANS.
Primeiramente, é impossível falar de mudança de modelo remuneratório se o valor em saúde não puder ser qualificado e quantificado, resultando na assistência segura ao paciente.
Com a evolução em saúde, a satisfação e a experiência do paciente têm se tornado o centro das relações comerciais entre médicos, operadoras de saúde e hospitais, pois a recuperação desse indivíduo é o alvo de todos esses agentes.
A partir do momento que avalia toda a linha de cuidado, com evidência nos desfechos clínicos para conjugar ao fee-for-service um novo modelo com avaliação de desempenho que monitora indicadores de qualidade, o Valor Saúde Brasil by DRG Brasil mostra-se como metodologia completa e madura. Ademais, a plataforma apresenta benchmarking nacional com a solução DRG Brasil Refinado, já trazendo os dados ajustados ao perfil epidemiológico brasileiro.
A Resolução Normativa número 452 da ANS, que trata sobre o Programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde, traz o incentivo às OPS para que bonifiquem o melhor resultado. Esse processo já foi implementado e está tendo seus resultados comprovados em casos de sucesso como os apresentados por Renato Couto, relativos à Unimed Uberlândia, Unimed Santa Maria e Unimed-BH.
Com a implantação da metodologia DRG Brasil e o uso da informação qualificada pela Alta Direção na Governança Clínica, obtêm-se ganhos financeiros sem correr riscos.
A lógica é simples, e o pacto a ser feito deve ser o seguinte: hospitais e médicos continuam recebendo como recebiam, e, se operadora e prestadores economizarem os desperdícios, dividem os ganhos desta economia. Parte fica com hospitais e médicos, parte fica com a operadora e o paciente tem sua saúde restabelecida com o que é necessário e ideal no seu tratamento. Desfechos clínicos excepcionais e maior acesso: são itens que importam para o paciente.
A remuneração baseada no valor em saúde não foca em tirar o que precisa, mas em não gastar o que não precisa. A máxima é melhorar desfecho, controlar desperdício e remunerar melhor!
Como implementar a RN 452 e medir o valor em saúde?
Definir os objetivos claramente é o primeiro passo. Os especialistas do Grupo IAG Saúde orientam que todo o processo seja baseado em indicadores que mensurem resultados de desfecho assistencial, controle de desperdício e experiência do paciente.
A exemplo dos cases de sucesso apresentados, são exemplos de indicadores desse tipo:
- Permanência média prevista X realizada;
- Taxa de reinternação em menos 30 dias por recaída e/ou complicações;
- Taxa de ICSAP (Internações por Condições Sensíveis a Atenção Primária).
Com indicadores de mensuração de valor, conseguimos avaliar o desempenho da cadeia de valor no cuidado prestado ao paciente. Respectivamente, eles medem desperdícios com a economia de diárias desnecessárias, com complicações de uma assistência de baixa qualidade e direcionando o paciente para prevenção e assistência de acordo com a sua necessidade.
Ademais, ao repartir a economia alcançada, não há fomento maior para que se atinja um crescimento exponencial da qualidade assistencial, trazendo realmente uma transformação para o sistema de saúde brasileiro.
Atender mais pacientes com o mesmo recurso, e gerar sustentabilidade, com investimentos em toda cadeia de valor: este é o objetivo da mudança do modelo remuneratório, em substituição ao fee-for-service.
Assista à gravação da live “Como fazer a mudança do modelo remuneratório de forma eficiente para atender a RN 452 da ANS?”, apresentada por Renato Couto e Silvana Reis:
Conheça, em primeira mão, as práticas de organizações que garantiram o compartilhamento de ganhos econômicos para todas as partes envolvidas, sem riscos, por meio da entrega de valor em saúde. Participe da Jornada Valor em Saúde Brasil 2021: www.valorsaudebrasil.com.br