Cenário hospitalar no Brasil exige mecanismos para entrega de valor
DRG Brasil
Postado em 17 de setembro de 2020 - Atualizado em 23 de outubro de 2023
Acesso a serviços de saúde qualificados e resolutivos deve ser um bem universal e uma prioridade pública. Para isso, mudanças estruturantes precisam ser implantadas.
Um
dos maiores desafios do sistema de saúde brasileiro é compreender as
experiências inovadoras, porém não sistemáticas, que surgem na gestão da saúde
em vários pontos do país. É o caso do mindset de saúde baseada em valor,
metodologia DRG, remuneração por performance, entre muitos outros.
Falando
especificamente de hospitais, a gama de serviços oferecidos por essas instituições
torna a administração complexa e cara, e a supervisão e o controle extremamente
desafiadores. A gestão hospitalar requer profundidade e amplitude de
conhecimentos para compreender todos os componentes de um hospital e
integrá-los efetivamente, ao passo que monitorar o desempenho e o uso dos
recursos requer informações confiáveis e atualizadas.
Na operação de um sistema hospitalar há elevados recursos financeiros, tanto para instalação como para a manutenção da operação. A abertura de um novo hospital é complexa, e após estar em operação é mais complexo ainda manter níveis adequados de sustentabilidade e quase impossível interromper ou diversificar as atividades. Essas condições estruturantes tornam o segmento hospitalar diferente da maioria de outros segmentos econômicos, nos quais, em momentos de crise, é bem mais factível alterar a produção ou até mesmo encerrar suas atividades.
O papel dos componentes do sistema de gestão hospitalar para a saúde baseada em valor
Formuladores de políticas, administradores e planejadores hospitalares - tanto do setor público como do setor privado - têm como obrigação prover mecanismos de entrega de valor em saúde. Em outras palavras, para uma melhor assistência, melhores desfechos, contenção de desperdícios, com soluções inovadoras e efetivas de governança clínica para o duplo desafio da qualidade e da contenção de custos. Acesso a serviços de saúde qualificados e resolutivos deve ser um bem universal e uma prioridade pública.
Atualmente,
todos os atores do segmento da saúde no Brasil estão insatisfeitos e em busca
de alternativas para mudarem a situação atual:
Os hospitais estão com baixa eficiência, reduzidas margens econômicas operacionais e altos níveis de endividamento;
As
operadoras de planos de saúde estão com elevada
sinistralidade e o sistema público com carências crônicas de financiamento;
Os
médicos mostram-se insatisfeitos com o padrão de honorários
praticados pelas operadoras de planos de saúde e pela gestão pública, além das
deficientes condições de trabalho;
As
empresas adquirentes do benefício de saúde não conseguem mais
transferir os custos crescentes para os seus custos de produção;
E os pacientes estão insatisfeitos com as enormes dificuldades de acessibilidade ao sistema de saúde, tanto pela demora nos atendimentos quanto às barreiras econômicas para aquisição/manutenção de planos privados. Além disso, há uma grande insatisfação quanto à qualidade e segurança dos serviços prestados.
Quando esta situação ocorre em um segmento econômico de tamanha envergadura e importância para a sociedade, mudanças estruturantes precisam ser implantadas para que possa surgir um novo paradigma de desempenho. A Confederação Nacional de Saúde, em seu relatório “Sistema de Saúde 2017” propõe:
Rever a matriz produtiva do segmento com a ampliação de redes e grupos hospitalares: não existe espaço para organizações de pequeno ou médio porte que atuam de forma isolada sem ações de colaboração com outras organizações. A formação de grandes redes hospitalares trará uma migração crescente de margens e resultados dos pequenos e médios hospitais para as grandes redes hospitalares.
Construir um novo modelo de relacionamento entre hospitais, operadoras, empresas e pacientes: o foco atual é na doença e não na saúde. Integrar a agenda dos principais atores do segmento na busca de um novo modelo focado na qualidade do atendimento e na mensuração do desfecho clínico, com maior participação e compromisso do paciente na gestão da sua saúde.
Incorporar novas metodologias de gestão: implementar de forma imediata e eficiente, metodologias de gestão da qualidade, gestão e automação de processo, compras conjuntas, central de serviços compartilhados, centros automatizados de comando da operação, remuneração por resultado, reconhecimento e valorização baseados na meritocracia, inteligência competitiva entre outras.
Implementar novos modelos de governança: fortalecimento dos conselhos de administração, implementação de modelos sistemáticos de auditoria interna e externa e de programas de compliance que assegurem as melhores práticas éticas em todos os ambientes da organização.
A performance hospitalar é de difícil mensuração em decorrência da carência de dados referentes às condições prévias à internação e, por isso, a avaliação de desempenho costuma focar-se no estudo de variáveis relacionadas à movimentação de pacientes e utilização de leitos hospitalares.
É neste contexto que a plataforma de valor em saúde DRG Brasil atua. Ao incorporar as condições de saúde de cada paciente no momento de sua internação hospitalar, preenche a lacuna das variáveis clínicas e se transforma em instrumento indutor de melhores práticas de governança, pela transparência dos desfechos, compartilhamento do aprendizado e entrega de valor em saúde.
“A atenção à saúde representa um quebra-cabeça para todos os países, e os hospitais são os componentes mais importantes e onerosos de qualquer sistema de saúde. Nos países de renda baixa e média os hospitais são o centro do sistema de saúde. Mesmo nos países mais pobres, os hospitais constituem o foco primordial da capacitação profissional e a referência para todo o sistema de saúde. Nesses países, os hospitais formam a base para um bom atendimento à saúde. No entanto, em muitos dos países em desenvolvimento os hospitais têm sido sistematicamente negligenciados”.
Maureen Lewis, ex-Economista-chefe de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial (La Forgia). CEO do Aceso Global.
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A conferência será dia 23 de setembro. Aqueles que estão no Brasil podem acompanhá-la por acesso remoto. Clique aqui para saber mais informações e realizar sua inscrição.
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