Governança clínica: solução para otimizar o Valor em Saúde no Brasil
DRG Brasil
Postado em 17 de fevereiro de 2020 - Atualizado em 28 de setembro de 2023
É bem provável que você já tenha ouvido falar de saúde baseada em valor. Também deve saber que o modelo de pagamento fee for service precisa ser substituído, para a assistência ser baseada unicamente em qualidade, e não em volume de procedimentos. Mas como fazer, de fato, para colocar em prática o conceito de valor em saúde na governança clínica?
A solução passa por aplicar práticas de governança clínica, que foquem a entrega de valor e de resultados assistenciais com controle do desperdício e melhoria da experiência do paciente.
Como equilibrar todos esses fatores? A resposta está neste artigo. Ainda, explicaremos o conceito de saúde baseada em valor e como a plataforma DRG Brasil trabalha para mensurar, definir e aumentar a entrega de valor no sistema de saúde brasileiro.
Venha conosco e saiba mais!
Como é o cenário brasileiro na entrega de valor?
O sistema de saúde brasileiro ainda é focado no modelo fee for service. Na prática, o pagamento de médicos e prestadores é feito conforme o total de procedimentos realizados, em vez de enfatizar a qualidade do atendimento. Isso é um indicativo da necessidade de pensar em novos modelos de governança clínica.
Esse modelo, aplicado isoladamente, leva a desperdícios significativos. Um levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostra que, em 2017, R$ 27,8 bilhões em contas hospitalares e exames foram gastos indevidamente. Esse número representa 19,1% do total desembolsado.
Considerando as despesas assistenciais das operadoras médico-hospitalares, o montante chega a R$ 145,4 bilhões. Assim, a projeção é de 12% a 18% de procedimentos indevidos. Eles chegaram a R$ 15 bilhões. Enquanto isso, entre 25% e 40% dos exames laboratoriais são desnecessários, o que representou R$ 12 bilhões.
Em 2019, os gastos com saúde chegaram a 711,4 bilhões no Brasil, incluindo recursos públicos e privados. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), 9,6% do total foi direcionado para gastos com saúde. Esse resultado deixou o Brasil no 14º lugar do ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para mudar esse cenário, é preciso melhorar a entrega de valor em saúde para a população. Alcançar esse patamar depende de usar as tecnologias certas e mensurar os indicadores mais adequados ao setor.
Aqui, também entram as práticas de governança clínica. Assim, é adotado um novo formato assistencial e remuneratório, a fim de oferecer um atendimento de mais qualidade e centrado no usuário.
O que é valor em saúde?
O valor em saúde é um conceito que tem ganhado cada vez mais importância no setor de saúde. Ele é definido como a relação entre os resultados que importam para os pacientes e o custo para atingi-los.
Em outras palavras, o valor em saúde é a entrega de qualidade ao paciente, colocando-o como centro da estratégia e da governança clínica, buscando alcançar bons resultados com um custo mais acessível.
Por isso, o foco deixa de ser somente a redução de custos e passa a ser a qualidade da assistência ao paciente. A plataforma DRG Brasil desenvolveu o Índice de Valor do Sistema de Saúde Brasileiro (IVSB), sendo um indicador voltado para a eficiência do serviço e os resultados assistenciais comparados ao nível de desempenho considerado ideal.
Ele visa a entrega de um serviço de mais qualidade para o paciente, identificando oportunidades de melhoria e apurando falhas de entrega da assistência, que geram desperdícios para o sistema de saúde.
Em resumo, o valor em saúde é um conceito que busca entregar qualidade ao paciente com um custo mais acessível, colocando-o como centro da estratégia. É uma perspectiva importante tanto para os prestadores quanto para as fontes pagadoras, e pode trazer benefícios significativos para todo o sistema de saúde.
A plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil + Inteligência Artificial
O DRG Brasil é uma plataforma de governança clínica com foco na entrega de valor em saúde que transforma dados em informações para uma tomada de decisão acertada e precisa. A plataforma é totalmente adaptada ao contexto brasileiro e tem como princípios:
reduzir os desperdícios do sistema de saúde;
oferecer um modelo remuneratório baseado em valor, ou seja, voltado para resultados assistenciais com eficiência;
controlar a sinistralidade;
melhorar a sustentabilidade econômica do sistema de saúde;
priorizar a segurança do paciente;
predizer recursos e resultados;
aperfeiçoar o desempenho da organização;
avaliar a qualidade do serviço prestado;
usar o leito hospitalar de maneira eficiente.
A plataforma DRG Brasil atingiu vários resultados positivos. Mais de 6 milhões de internações foram avaliadas no total. A abrangência da saúde suplementar chega a 36% e mais de 820 mil possíveis internações foram viabilizadas em 2019, com o mesmo recurso.
Nesse período, o DRG Brasil ajudou a prevenir mais de 24 mil óbitos e gerou mais de R$ 10 milhões em potenciais ganhos econômicos para o sistema de saúde.
Mais de 400 hospitais utilizam a plataforma, assim como mais de 90 operadoras da saúde suplementar e SUS. Com isso, o impacto é de cerca de 21 milhões de brasileiros.
A partir de todos esses resultados, fica claro que existe uma mudança significativa em andamento na entrega de valor na saúde. Essa é a alternativa para melhorar o cenário atual e atingir melhores índices para o sistema.
DRG Brasil: como funciona a metodologia?
A metodologia DRG surgiu ainda na década de 1960 visando avaliar grupos de diagnósticos relacionados. Daí a sigla DRG, de Diagnosis Related Groups. Desde então, é usada nos sistemas de saúde público e privado ao redor do mundo.
O DRG Brasil desenvolveu essa metodologia de maneira inteiramente adaptada — e continuamente refinada — às características do sistema de saúde brasileiro. A tecnologia classifica os pacientes hospitalizados a partir de:
características de saúde, como idade, sexo, diagnósticos e procedimentos;
complexidade e criticidade assistenciais.
Com base nos dados e nos insights oferecidos, os resultados podem ser comparados e as projeções para o futuro são realizadas. Esses objetivos são conquistados, porque a governança clínica é implementada.
A questão é: como entregar valor ao sistema de saúde dentro dessa perspectiva? Veja os 4 passos que precisam ser cumpridos!
Coleta e integração dos dados de saúde e econômicos
A plataforma DRG Brasil oferece educação continuada e suporte dedicado para capacitar os profissionais a coletarem informações qualificadas, tanto por dispositivos móveis à beira do leito quanto por leitura de prontuários. Os dados são acrescentados às informações econômicas para facilitar na tomada de decisão.
Transformação de dados em informações
O núcleo de inteligência DRG Brasil, por meio de inteligência artificial, fará predições assistenciais e econômicas a partir dos dados coletados. O algoritmo de previsão de custos é o Grouper DRG Brasil, que considera a criticidade e a complexidade clínicas.
Os dados de saúde do paciente são combinados e ele é alocado em uma categoria de DRG. Com isso, é possível predizer a quantidade de recursos (materiais, diárias e medicamentos) necessários ao tratamento dos pacientes classificados naquele grupo de diagnósticos.
Ainda são apresentados os desfechos assistenciais previstos, sinalizados pela Inteligência Artificial DRG Brasil. Por fim, há comparação com o que foi alcançado pelo sistema de saúde, pelo médico ou pelo hospital. Assim, começa a mensuração do valor entregue.
Análise e comparação das informações
O ambiente de gestão da plataforma, o Analytics DRG Brasil, é construído a partir do cruzamento de informações econômicas e de saúde. Os gráficos e os painéis sinalizam aos gestores a medida precisa do desempenho organizacional.
Em simultâneo, os diagramas mostram os pontos com maior foco de disfunção assistencial e desperdícios, que representam falhas na entrega de valor na saúde. Com o direcionamento certo, é possível reduzir custos desnecessários e aperfeiçoar os resultados.
Governança clínica
O último passo é aplicar as ações eficazes para impulsionar o ciclo da governança clínica com alta entrega de valor. O DRG Brasil agrega o know-how metodológico a tecnologias inovadoras e acessíveis.
A partir disso, é possível tomar decisões e entregar valor por meio de alguns vetores. Os principais são:
estruturação dos sistemas de atenção à saúde em redes de atenção;
assistência contínua ao paciente, com integração de informações e processos;
coordenação do cuidado pela cooperação ativa entre instituições e médicos;
personalização dos cuidados para atender às necessidades do paciente;
compartilhamento do conhecimento e fluidez da informação. Os pacientes devem ver seus dados irrestritamente. Simultaneamente, a comunicação com os médicos deve ser eficaz;
tomadas de decisões assistenciais com base em evidências científicas para haver padronização;
priorização da segurança para proteger os pacientes de eventos adversos evitáveis;
transparência de informações para facilitar a escolha livre e consciente do plano de saúde, do tratamento e do hospital;
adiantamento das necessidades do paciente em vez das disfunções;
redução dos desperdícios de recursos e de tempo;
estímulo à entrega de valor pelo modelo remuneratório.
Como fica claro, o DRG Brasil é uma plataforma completa e em constante evolução, que preza pela entrega de resultados genuínos, especialmente no que se refere à governança dos sistemas de saúde.
Qual é a relevância da plataforma?
A plataforma DRG Brasil tem como contribuição transformar o sistema de saúde. O propósito é mudar do modelo fee for service, focado em volume de procedimentos realizados, para o centrado no paciente, que objetiva a qualidade do atendimento e a entrega de valor em saúde.
Para isso, são oferecidos na plataforma vários modelos de estímulo econômico, como pagamento por valor/performance, pagamento por bundle, economia compartilhada (shared savings), capitation, bundles de serviços hospitalares e de linha de cuidado.
Diversas soluções de governança clínica em saúde também são disponibilizadas pela plataforma DRG Brasil e todo o seu ecossistema. O objetivo é transformar, de fato, o sistema de saúde brasileiro. Assim, os impactos positivos à assistência ao paciente são:
planejamento estratégico em saúde, com possibilidade de construir um futuro sustentável;
governança clínica com base em valor, para que a entrega a médicos, pacientes, hospitais e operador do sistema melhore os resultados assistenciais de forma contínua e permita controlar o desperdício;
eficiência hospitalar por meio da boa utilização do leito, racionalização de recursos diários e ampliação do acesso de cidadãos aos hospitais;
segurança na alta do paciente cirúrgico e clínico, contribuindo para a redução da taxa de reinternação e mortalidade;
gestão de risco 4P, com indicação da data provável da alta hospitalar, o nível de risco do paciente e as ações preventivas a serem colocadas em prática. A família e a equipe assistencial podem se comunicar por chats para unir esforços em prol da recuperação;
hospital amigo do idoso, que permite às equipes multiprofissionais e aos hospitais acessarem as tecnologias e as competências necessárias para os cuidados do paciente da terceira idade, que está mais sujeito a reinternações e eventos adversos graves;
parto seguro, por trabalhar a governança na saúde obstétrica e centralizar os cuidados da mãe e do bebê, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
internações evitáveis na emergência, ou seja, internações que poderiam ter sido evitadas pelo cuidado primário são reduzidas, enquanto a segurança do paciente é melhorada e a disponibilidade de leitos é ampliada;
ambulatorização cirúrgica, que trabalha a linha de cuidado anestésico-cirúrgica para favorecer uma alta segura aos pacientes. Reduz o tempo de internação e aumenta a disponibilidade de leitos.
Portanto, utilizar a plataforma é uma maneira de trazer qualidade aos procedimentos de saúde e combater desperdícios. É uma mudança de paradigma, que representa uma evolução do modelo atual.
Para as operadoras de saúde, isso representa controle no aumento da sinistralidade pela previsibilidade de custos e compartilhamento de ganhos. O hospital, por sua vez, conta com informações objetivas para melhorar a qualidade assistencial e estimular a segurança.
Da mesma forma, todos os players do sistema têm apoio para a tomada de decisões. Ainda é criada uma relação de soma positiva para a equipe assistencial, já que o aumento do valor entregue gera mais disponibilidade de recursos.
Em outras palavras, o reconhecimento da assistência de qualidade é incentivado, a fim de que todos ganhem e tenham reconhecimento. No entanto, ainda tem outros motivos pelos quais a plataforma é relevante.
Quais são os benefícios para o paciente?
A principal vantagem que a plataforma de valor em saúde traz para o paciente e sua família é a responsabilidade com a qualidade durante o tratamento. Isso acontece porque a equipe assistencial tem como foco a elevação da qualidade com redução de desperdícios, isto é, entrega de valor.
Dessa forma, internações e procedimentos desnecessários deixam de ser realizados, o que traz mais conforto ao paciente, muitas vezes já debilitado. Além disso, as readmissões — ou seja, o retorno ao hospital em até 30 dias após a alta pelo mesmo motivo — também são reduzidas.
Ainda há um engajamento da família no cuidado. Com o uso da inteligência artificial, é possível fazer uma gestão de risco 4P, isto é, com base em:
personalização, porque cada indivíduo é único;
predição, já que sinaliza o risco genético para as doenças;
participação, porque envolve médico e paciente nas decisões tomadas;
prevenção de doenças.
Logo, ao aumentar a qualidade do atendimento, o foco passa a ser a experiência do paciente e a jornada clínica no sistema de saúde.
Quais são os 4 alvos assistenciais da plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil + Inteligência Artificial?
A plataforma DRG Brasil, como explicamos, coleta os dados e trabalha com algoritmos e inteligência artificial para indicar quais resultados foram alcançados e sinalizar os gargalos ainda existentes. Os dados são transformados em informação de qualidade. Assim, é possível oferecer um modelo assistencial focado no paciente e com 4 alvos:
uso eficiente do leito hospitalar;
aumento da segurança assistencial;
diminuição das internações evitáveis;
redução das readmissões preveníveis.
Os 4 alvos assistenciais, aliados aos diversos diferentes modelos de estímulo econômico presentes na plataforma, incentivam:
a geração de resultados assistenciais de qualidade;
o controle dos desperdícios;
a entrega de valor para todo o sistema, efetivando o triple aim, que contribui para a melhoria da experiência do paciente, aumento da qualidade assistencial e redução do desperdício.
Em resumo, aplicar a governança clínica para a entrega de valor é fundamental para oferecer qualidade de atendimento ao paciente e mudar o paradigma do modelo fee for service. Ao fazer isso, todo o sistema é transformado, porque o cuidado é voltado para o indivíduo e há uma comunicação compartilhada.
Assim, a entrega de valor em saúde passa a ser o objetivo final. O paciente e sua família são engajados na jornada clínica e toda a equipe multidisciplinar evita os riscos inerentes aos cuidados assistenciais.
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Direitos autorais: CC BY-NC-SA Permite o compartilhamento e a criação de obras derivadas. Proíbe a edição e o uso comercial. É obrigatória a citação do autor da obra original.
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